Quando o Cordeiro Ressuscitou? — A Morte Antes da Criação (Ap 13:8)

Quando o Cordeiro Ressuscitou? — A Morte Antes da Criação e a Vida Eterna
Apocalipse 5:6 | 13:8 | João 17:5
O livro de Apocalipse apresenta algo que, à primeira vista, parece contraditório:
- Em Ap 13:8, o Cordeiro é descrito como morto desde a fundação do mundo.
- Em Ap 5:6, Ele aparece vivo, em pé diante do trono, como tendo sido morto.
- Em João 17:5, Jesus ora ao Pai: “Glorifica-me junto de ti com a glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse.”
Esses três textos não se contradizem. Pelo contrário, eles revelam algo grandioso: o Messias sempre existiu, foi morto no plano eterno de Deus antes da criação, e vive glorificado com o Pai desde a eternidade. A cruz foi o meio visível de um plano eterno que já estava firmado no céu.
1. Morto desde a fundação do mundo (Ap 13:8)
A morte do Cordeiro não aconteceu num momento histórico no passado da criação. O que João está dizendo é que, antes de tudo existir, o Cordeiro já estava determinado para morrer por nós. Não foi reação, foi plano.
Como Pedro escreveu:
“…como de um cordeiro sem defeito e sem mácula, o qual foi conhecido antes da fundação do mundo.” (1Pe 1:19-20)
Cristo foi entregue segundo o conselho eterno de Deus. Isso significa que a cruz já existia no coração de Deus antes do Éden.
2. O Cordeiro vivo com marcas de morte (Ap 5:6)
João vê o Cordeiro em pé, diante do trono, mas ainda como quem tinha sido morto.
- Ele não está caído, Ele está vivo.
- Mas ainda carrega as marcas da entrega.
A cruz não foi apagada da eternidade. Ela é o selo da redenção. E no centro da adoração celeste, está Aquele que venceu, mas que nunca deixará de ser o Cordeiro que se deu por nós.
3. A glória antes da criação (João 17:5)
Em Sua oração sacerdotal, Jesus deixa claro a posição que Ele tinha antes de que tudo o que conhecemos fosse criado:
“Pai, glorifica-me com a glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse.”
Isso nos mostra que Jesus não começou a existir em Belém. Ele já compartilhava da glória do Pai antes da criação.
A morte na cruz foi o clímax de Sua entrega para salvação da humanidade.
A ressurreição foi o retorno à posição que sempre foi d’Ele.
4. Quando foi a ressurreição, então, se o Cordeiro havia sido morto desde a fundação do mundo, e se Jesus ressuscitou no terceiro dia de Sua morte humana?
- Na história:
No terceiro dia após a crucificação, como narram os Evangelhos. A morte foi real. A tumba também. Mas a vida venceu. - No plano eterno:
Desde antes da fundação do mundo, o Cordeiro já era vitorioso. Ele foi morto, sim — mas já ressuscitado aos olhos do Pai, pois nada escapa ao plano eterno. - Na eternidade:
Ele é o Logos eterno. A vida estava n’Ele desde sempre, e ninguém jamais poderia tirá-la.
5. A visão judaica do Messias pré-existente
- Em 1 Enoque 48:6, há menção de um “Eleito” exaltado antes da criação.
- No Apocalipse de Abraão, vemos uma figura semelhante ao Filho do Homem, gloriosa, entronizada ao lado de Deus.
Mesmo fora do Novo Testamento, já havia uma intuição espiritual no judaísmo de que o Messias não viria do tempo, mas da eternidade.
Conclusão: A Ressurreição foi o retorno à glória
Jesus morreu no tempo “humano” — e ressuscitou ao terceiro dia.
Jesus viveu na eternidade — e nunca deixou de estar com o Pai.
Jesus voltou para o trono — como Cordeiro glorificado, com as marcas da redenção visíveis para sempre.
A cruz foi o ponto de acesso à eternidade. A ressurreição, o retorno à glória que Ele já possuía.
A verdade é que Jesus nos amou antes mesmo de termos sido criados. Ele escolheu morrer. Ele escolheu voltar para nos buscar. Nada foi improvisado.
Desde antes de tudo, o Cordeiro já existia, e o plano da cruz já estava firmado no céu.