A Pré-Existência do Messias e o Logos Eterno

Qual é a Relação Entre A Morte do Cordeiro desde a Fundação do Mundo, a Pré-Existência do Messias e o Logos Eterno?
No livro de Apocalipse 13:8, encontramos uma afirmação profunda e reveladora sobre a morte de Cristo:
“E adoraram-no todos os que habitam na terra, cujos nomes não foram escritos no livro da vida do Cordeiro, que foi morto desde a fundação do mundo.”
Essas palavras nos levam a refletir sobre a morte do Cordeiro, mas, ao mesmo tempo, nos mostram algo ainda mais profundo: a pré-existência de Cristo e o seu papel como Logos ou Melta , que é a Palavra eterna de Deus.
Primeiramente, vamos entender o que são Logos e Melta e, depois, vamos analisar como esses conceitos se conectam com a morte do Cordeiro e a pré-existência de Cristo.
Logos ou Melta é a ideia de que Jesus Cristo é a Palavra eterna de Deus, existente desde o princípio, divina por natureza, e agente ativo na criação e revelação de Deus ao mundo. A única diferença entre essas duas palavras é que Logos vem do idioma Grego, e Melta vem do Aramaico/Siríaco.
Jesus é a representação visível, a encarnação da Palavra de Deus, como em João 1:14: “a Melta se fez carne” (aramaico/siríaco) ou “o Logos se fez carne” (grego).
O plano de Deus é Antigo
Quando a Bíblia fala que o Cordeiro foi morto desde a fundação do mundo, ela está dizendo que o sacrifício de Cristo não foi algo que aconteceu de forma inesperada, ou que se deu como consequência de uma tragédia humana. Pelo contrário, essa afirmação revela que Deus já tinha planejado a salvação da humanidade antes mesmo da criação do mundo.
Jesus, como Cordeiro de Deus, foi escolhido para ser o sacrifício perfeito pela humanidade. A morte de Cristo não foi um acidente da história, mas algo que foi determinado por Deus desde a eternidade, como parte de um plano redentor que começou antes da fundação do mundo. O Cordeiro foi o plano de Deus para restaurar a humanidade a Ele.
A Pré-Existência de Cristo: O Messias que Já Existia
A ideia de que Cristo já existia antes da criação é fundamental para a compreensão da pré-existência do Messias. Em João 1:1-3, somos apresentados a Jesus como o Logos (a Palavra):
“No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus. Ela estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dela; sem ela, nada do que foi feito se fez.”
Aqui, o Logos não é apenas uma ideia abstrata, mas uma pessoa. Jesus, como o Logos, existia desde o princípio, como a Palavra eterna de Deus. Ele não começou a existir no momento do Seu nascimento. Ele já estava com Deus e era Deus, e foi por meio Dele que o universo foi criado.
Logos/Melta: A Palavra que Se Fez Carne
O Logos, ou Melta, é a expressão de Deus no mundo. Em João 1:14, vemos que essa Palavra não permaneceu distante, mas se fez carne e habitou entre nós:
“E a Palavra se fez carne e habitou entre nós, cheia de graça e de verdade.”
Essa Palavra eterna, o Logos, se tornou humano em Jesus. E essa mesma Palavra, que existia desde antes da criação do mundo, foi a que se entregou na cruz para que o plano eterno de Deus de redenção fosse cumprido.
A Morte do Cordeiro e o Logos Eterno
Como podemos relacionar a morte do Cordeiro com o conceito de Logos e a pré-existência de Cristo? A resposta está no fato de que Jesus, como Logos, foi o agente de criação e, ao mesmo tempo, o plano de salvação. A sua morte na cruz não foi uma surpresa ou algo improvisado, mas algo planejado por Deus desde antes da fundação do mundo.
O Logos, que criou o mundo (João 1:3), também foi o que se entregou por nós para nos salvar. A sua morte, então, foi parte do plano eterno de Deus, revelado na pessoa de Jesus Cristo. O Cordeiro de Deus veio ao mundo para cumprir a missão de salvar a humanidade por meio de sua morte e ressurreição.
O Retorno à Glória: A Ressurreição e a Glória que Cristo Já Tinha
Em João 17:5, momentos antes de sua prisão, Jesus ora:
“E agora, glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com a glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse.”
Esse pedido não é sobre receber algo novo, mas retornar àquilo que sempre foi seu. Jesus não estava buscando ser glorificado como um herói que venceu a morte. Ele estava voltando à glória eterna, que possuía com o Pai desde a eternidade.
A ressurreição de Jesus não é apenas o momento em que Ele saiu do túmulo — é também o momento em que Ele retomou sua posição gloriosa, à direita do Pai. Ele venceu a morte, como já estava decretado antes da fundação do mundo. Agora, Jesus vive para sempre como o Cordeiro exaltado, visivelmente marcado, mas eternamente glorioso.
Essa glória é a mesma que Ele compartilhou com o Pai antes da criação. Isso confirma que a cruz não foi o fim, mas o caminho de volta à eternidade. A redenção não foi um plano de emergência, mas parte da glória eterna do Filho de Deus.
Conclusão: O Cordeiro e o Logos Eterno
A morte do Cordeiro de Deus e a pré-existência de Cristo como Logos são conceitos profundamente conectados. Quando João diz que o Cordeiro foi morto desde a fundação do mundo (Ap 13:8), ele está afirmando que a salvação de Deus foi planejada desde a eternidade. O Messias, como Logos, sempre soubera do Seu papel redentor. E foi Ele, a Palavra eterna, que se fez carne e se entregou por nós, para que o plano de salvação de Deus se cumprisse.
Esse entendimento não só aprofunda nossa compreensão sobre quem Jesus é, mas também nos revela o amor eterno de Deus. Ele já havia providenciado, desde antes da criação do mundo, um Cordeiro que seria sacrificado para nossa salvação.
Jesus é o Logos eterno e Sua morte foi parte do plano divino desde a fundação do mundo.